(Porque um atentado não é apenas um punhado de números)
Atentado é assim: uma bomba/ um suicida/ um carro explode/ se explode. A notícia acontece. Tocam os celulares. Todo mundo quer saber se o amigo/ parente/ namorado/ etc está bem. Mas bloqueiam os celulares, em geral, quando algo explode/ se explode. Questão de segurança. No local da explosão, ambulâncias/ paramédicos/ gente cujo trabalho é recolher os pedaços espalhados dos corpos humanos. Repórteres/ fotógrafos/ muitos curiosos. E policiais, muitos. Soldados armados até os dentes, muitos e em posições estratégicas (quem sabe se há outro terrorista por ali?) Todos juntos, muitos correndo, alguns apavorados, vários assustados, uns em choque. Muito ruído. Sangue pelo chão/ nas paredes/ nos carros...
Mas há histórias pessoais, como a de Philip Balhasan z"l, que levou dois dos quatro filhos a Tel Aviv, ontem, para comprar para eles presentes de Pessach. Antes de morrer, vítima de fragmentos da bomba que atingiram seu coração, já caído chegou a abraçar os filhos (de 12 e 15 anos) muito forte e gritar a um deles que pegasse o celular e avisasse a mãe sobre o atentado.
Ou a de Ludmila Shaulov, de tantos vinte e sete anos quanto os meus. Em seu nôno mês de gestação, correu para o hospital horas antes da explosão terrorista porque sentiu que estava a ponto de dar à luz. Ao saber do atentado, tentou ligar para o marido, David z"l, que estava em horário de almoço, ali na antiga estação central de Tel Aviv, talvez devorando um falafel, mas ele não atendeu.
E muitas outras histórias, como as dos que deixaram de ir/ testemunharam/ sobreviveram a guerras para morrer numa explosão besta/ fundamentalista, num momento corriqueiro.
Nomes, apenas. Histórias, apenas.
Este post de dia seguinte, que não tem breaking news, é dedicado aos nove mortos e suas famílias. E aos que sobreviveram, mas aos pedaços, ao atentado de ontem em Tel Aviv. Não chegaram até o final de Pessach como mereciam.
Falei naRFI sobre as reações ao atentado, aqui.
Atentado é assim: uma bomba/ um suicida/ um carro explode/ se explode. A notícia acontece. Tocam os celulares. Todo mundo quer saber se o amigo/ parente/ namorado/ etc está bem. Mas bloqueiam os celulares, em geral, quando algo explode/ se explode. Questão de segurança. No local da explosão, ambulâncias/ paramédicos/ gente cujo trabalho é recolher os pedaços espalhados dos corpos humanos. Repórteres/ fotógrafos/ muitos curiosos. E policiais, muitos. Soldados armados até os dentes, muitos e em posições estratégicas (quem sabe se há outro terrorista por ali?) Todos juntos, muitos correndo, alguns apavorados, vários assustados, uns em choque. Muito ruído. Sangue pelo chão/ nas paredes/ nos carros...
Mas há histórias pessoais, como a de Philip Balhasan z"l, que levou dois dos quatro filhos a Tel Aviv, ontem, para comprar para eles presentes de Pessach. Antes de morrer, vítima de fragmentos da bomba que atingiram seu coração, já caído chegou a abraçar os filhos (de 12 e 15 anos) muito forte e gritar a um deles que pegasse o celular e avisasse a mãe sobre o atentado.
Ou a de Ludmila Shaulov, de tantos vinte e sete anos quanto os meus. Em seu nôno mês de gestação, correu para o hospital horas antes da explosão terrorista porque sentiu que estava a ponto de dar à luz. Ao saber do atentado, tentou ligar para o marido, David z"l, que estava em horário de almoço, ali na antiga estação central de Tel Aviv, talvez devorando um falafel, mas ele não atendeu.
E muitas outras histórias, como as dos que deixaram de ir/ testemunharam/ sobreviveram a guerras para morrer numa explosão besta/ fundamentalista, num momento corriqueiro.
Nomes, apenas. Histórias, apenas.
Este post de dia seguinte, que não tem breaking news, é dedicado aos nove mortos e suas famílias. E aos que sobreviveram, mas aos pedaços, ao atentado de ontem em Tel Aviv. Não chegaram até o final de Pessach como mereciam.
Falei naRFI sobre as reações ao atentado, aqui.
9 comentários:
aiai, quando isso vai acabar?!
ontem em assustei muito, toda a minah familia do brasil me ligou para saber se estava td bem, vc e outros amigos tb... hoje quando subi no onibus de manha para o trabalho deu akele frio na barriga q a gte conhece, mas a vida continua e eu nao posso ir a pe para o trabalho, sao muuuuuuuuitas quadras, estrada... e quando chego no trabalho e coemcei a ler o jornal li uma reportagem na folha de s.p. "Jihad Islâmico diz ter 70 suicidas prontos para atacar Israel "... sera q a minha velha ideia (explodir td mundo e zeu!) nao tem q entrar em acao?! NAO! infelzmente, nao!
Entao... que sera que podemos fazer?! quando e como td isso vai acabar?! sera que vai?!
P.S. OLHA EU ESCERVENDO AKI!!! =)
Bah amigo, me arrepiei com teu post.
Eh foda. Agente morando aqui nao sei se sente mais ou menos do q quem nao estah aqui. A unica certeza que tenho eh q todos sentimos. Foda.
enfim, espero nao voltar a encontrar posts sobre atentados aqui. sei q tu tb nao.
Bjs e continua assim, a 1000 com o blog!!!
De arrepiar...o mais trsites quando coisas trágicas assim acontecem é exatamente a falta de humanidade da fomra como tais notícias nos são passadas.
Números...números...números...pessoas que tragicamente viram números (vivas ou não)!!!
Onde está o coração da humanidade?
Onde está o sentimento???
Quando vão perceber que vítimas da violência não são somente números, mas pessoas com toda uma história, mais do que tragicamente encerrada?????
Aqui não tem esse tipo de atentado, mas ontem foi missa de sétimo dia de uma amiga da minha mãe que foi assassinada durante um assalto...para a mídia mais um número, para os conhecidos...alguém que "viveu e morreu" na nossa história!!!!!
Incrível e maravilhoso é que você, moço, ainda guarda toda essa beleza no coração.
Amei o post.
De leve estou voltando a escrever. Acho que esta semana vai algo meu pro Mondo.
Beijos mais!
vistem e divulguem:
http://www.observatoriodajihad.blogspot.com/
O assunto é horrível, mas o texto está demais.
Tomei a liberdade de colocar o link para esse post no meu blog.
Abraços
O que muda com isso?Mais vitímas, mais mortes, mais perdas...é desolador e tb dramático perceber que o ser humano é o mais desumano dos seres...Em Israel atentados, no Rio, traficantes marcam pipoqueiro à ferro..E os homens ainda me surpreendem com as possibilidades de destruir um ao outro.Já não foi o suficiente neste último século?Aonde vamos parar?
Arrepiante mesmo!
Eu não pude deixar de ser egoista e ficar aliviada por ter minha irmã, cunhado e sobrinha aqui seguros em casa, em Curitiba, no Brasil - com todos os defeitos que o meu cunhado israelense possa encontrar - mas na semana que vem eles voltam pra Tel Aviv...as noticias demoram pra chegar!
Pena isso tudo não ter fim...
esse mundo e louco
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