O atentado da semana passada me fez adiar esse post. Mas não quis deixar de publicar, assim mesmo. Enfim, não quero exagerar, mas o seder de Pessach lá em Haifa foi uma farra, com muita gente e muita, mas muita comida. E foi muito divertido!
Semanas atrás, no meio da febre de cartões de Pessach e de emails desejando chag sameach, recebi um muito engraçado. Parecia ser redigido por uma criança contando como via o seder bagunçado de Pessach. Bom, não deixei de pensar no email durante o jantar em família no norte do país...
Por isso, tomo a liberdade de reproduzir aqui alguns trechos do email, com tradução livre minha (o original veio em espanhol).
Pessach ou peissach?
Quando eu era criança, pensava que Peissach e Pessach eram duas festas diferentes, cuja comemoração coincidia no tempo: enquanto na sinagoga se festejava Pessach, na minha casa comemorávamos Peissach.
Ao ver minha avó cozinhando, me perguntava se ela o fazia daquela maneira para recordar como os judeus trabalhavam quando eram escravos no Egito.
Eu tinha um tio que às vezes chegava tarde ao seder, porque sempre apareciam "clientes de última hora" em sua loja. Um outro tio sempre brincava que se fosse por ele, os judeus ainda estariam no Egito, e Moshe Rabeinu estaria pedindo que ele se apressasse com o último cliente. Outro tio chamávamos de Eliahu Hanavi, porque quando ninguém estava olhando, tomava umas e outras.
Sempre que minha avó servia alguma coisa, perguntava "gostou, goustou?" Meus primos e eu imaginávamos que se tratava de uma tradição de Peissach. E que Moisés sempre fazia a mesma pergunta quando os judeus comiam...
No seder sempre havia muitos tios. Eram os meus tios, os tios dos meus pais, tios da família em geral e tios que ninguém sabia exatamente de quem eram tios... Depois que alguém entrava na família na categoria "tio", ninguém mais tirava o título.
A vovó servia a comida a toda aquela gente e depois perguntava a todos: "corto mais um pedacinho?" A pergunta não caía bem entre os garotos... Ela calculava a quantidade de comida para mais ou menos a mesma quantidade de judeus que saíram do Egito. Quando ninguém agüentava mais, ela vinha com mais e mais pratos...
E assim, também, foi o nosso seder, com crianças (inclusive meu irmão, de 4 anos) correndo atrás do afikoman, comida e mais comida, leitura apressada da hagadá para começar a comer logo e aquela sensação de saciedade que chegou antes do fim dos pratos, bem antes da sobremesa e do cafezinho, aquele papo de família (com o detalhe de que não conhecia ninguém lá!) e uma sensação gostosa de que, afinal, tenho parentes nessa terra oriental!
Semanas atrás, no meio da febre de cartões de Pessach e de emails desejando chag sameach, recebi um muito engraçado. Parecia ser redigido por uma criança contando como via o seder bagunçado de Pessach. Bom, não deixei de pensar no email durante o jantar em família no norte do país...
Por isso, tomo a liberdade de reproduzir aqui alguns trechos do email, com tradução livre minha (o original veio em espanhol).
Pessach ou peissach?
Quando eu era criança, pensava que Peissach e Pessach eram duas festas diferentes, cuja comemoração coincidia no tempo: enquanto na sinagoga se festejava Pessach, na minha casa comemorávamos Peissach.
Ao ver minha avó cozinhando, me perguntava se ela o fazia daquela maneira para recordar como os judeus trabalhavam quando eram escravos no Egito.
Eu tinha um tio que às vezes chegava tarde ao seder, porque sempre apareciam "clientes de última hora" em sua loja. Um outro tio sempre brincava que se fosse por ele, os judeus ainda estariam no Egito, e Moshe Rabeinu estaria pedindo que ele se apressasse com o último cliente. Outro tio chamávamos de Eliahu Hanavi, porque quando ninguém estava olhando, tomava umas e outras.
Sempre que minha avó servia alguma coisa, perguntava "gostou, goustou?" Meus primos e eu imaginávamos que se tratava de uma tradição de Peissach. E que Moisés sempre fazia a mesma pergunta quando os judeus comiam...
No seder sempre havia muitos tios. Eram os meus tios, os tios dos meus pais, tios da família em geral e tios que ninguém sabia exatamente de quem eram tios... Depois que alguém entrava na família na categoria "tio", ninguém mais tirava o título.
A vovó servia a comida a toda aquela gente e depois perguntava a todos: "corto mais um pedacinho?" A pergunta não caía bem entre os garotos... Ela calculava a quantidade de comida para mais ou menos a mesma quantidade de judeus que saíram do Egito. Quando ninguém agüentava mais, ela vinha com mais e mais pratos...
E assim, também, foi o nosso seder, com crianças (inclusive meu irmão, de 4 anos) correndo atrás do afikoman, comida e mais comida, leitura apressada da hagadá para começar a comer logo e aquela sensação de saciedade que chegou antes do fim dos pratos, bem antes da sobremesa e do cafezinho, aquele papo de família (com o detalhe de que não conhecia ninguém lá!) e uma sensação gostosa de que, afinal, tenho parentes nessa terra oriental!
3 comentários:
hi hon. Que bom poder ler seu blog novamente. no aguardo do seu novo texto para o zine. bjs.
e mentira é o que?é uma verdade meio falsa... é uma quase-realidade.mentiras não valem a pena, e nem elogios em vão.
Tá ficando engraçado isso aqui, com tantos anônimos...
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