Já faz mais de dois meses que Ariel Sharon, que saiu do Likud no ano passado e fundou o Kadima, partido vencedor nas eleições da semana passada, foi internado no hospital Hadassa, aqui em Jerusalém, depois de um derrame. Desde então a população aqui em Israel se comoveu e acompanhou de perto o drama do premiê, conhecido pela truculência e que encarava, como a imprensa daqui chegou a escrever, sua última batalha.
Desde então, as notícias sobre o estado de saúde de Sharon esfriaram. Nem mesmo a presença de tantos jornalistas (fala-se em 600 a mais), atraídos pelo agravamento da saúde do premiê, conseguiu manter o tema na pauta dos veículos que acompanham de perto o Oriente Médio. E aí tudo passou dos concretos boletins médicos transmitidos diariamente à imprensa pelo diretor do hospital às especulações.
Sem saber o que exatamente estava acontecendo no hospital, as pessoas começaram a especular sobre quanto tempo levaria para que Sharon fosse declarado morto - uma espécie de Tancredo Neves do Oriente Médio. Afinal, o período de dois meses e meio entre a internação do premiê e as eleições foi crítico e uma eventual notícia de sua morte ou incapacidade poderia prejudicar o Kadima e mudar totalmente o resultado das votações.
Até piada surgiu - uma de muito mal gosto dizia que Sharon seria declarado ministro da Agricultura em um novo governo, já que ele estava vegetando...
E aí, foi questão de tempo até que se declarasse o que os israelenses não queriam acreditar, mas algo que pouca dúvida deixava: Sharon está permanentemente incapacitado. O jornal Yediot Acharonot ("últimas notícias") deu a informação - que, vale dizer, não significa que Sharon está morto, apenas que não poderá exercer nenhuma função ao sair - se sair - do leito do hospital.
O gabinete israelense vai declarar oficialmente o novo estado de Sharon no encontro dominical da próxima semana. Na prática, o que se vai fazer é mudar a condição do premiê de "temporariamente incapacitado" para "permanente incapacitado".
Notícias de que pouco se fala
Deu hoje no Yediot Acharonot que estudantes israelenses juntaram 20 mil shekels (uns $5 mil) para realizar o sonho de uma criança com câncer: conhecer os bombeiros que participaram dos resgates no 11 de setembro.
2 comentários:
Nossa, até me arrepiei com a notícia dos estudantes...faz falta falar mais sobre coisas boas desse tipo!
Bjo
Adorei seu novo blog. Matei saudade ouvindo sua voz, que por sinal lembra muito a do seu pai.
Beijos,
Dagmar.
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