O seqüestro de um soldado israelense no último domingo trouxe a Israel a lembrança amarga do incidente que ocorreu há vinte anos e ainda não tem nenhuma resolução. O capitão israelense Ron Arad (na foto), que foi seqüestrado no Líbano em 1986, hoje dá nome a ruas, a auditórios, a pavilhões em universidades em Israel e no mundo judaico...
Já se vão duas décadas e até o momento nenhuma notícia concreta sobre o paradeiro daquele jovem que deixou mulher e filha. Nem se está morto, nem onde está sendo mantido, se vivo. Uma recompensa de 10 milhões de dólares foi oferecida por informações que levem a ele. Nada.
Vinte anos depois, as manchetes estamparam nesta semana que um soldado foi seqüestrado. Outro, mais um, o primeiro em 12 anos. Ainda com o gosto amargo pela abdução de Arad, Israel resolveu atacar a Faixa de Gaza. Voltamos à bola de neve da violência no Oriente Médio.
A escalada de violência acontece em um momento que pode ser importante para a região: grupos representados de um lado pelo Hamas e de outro pela Fatah assinaram um documento que prevê o estabelecimento de um Estado palestino ao lado de Israel.
Embora seja visto com muito ceticismo em Israel, o acordo pode significar o primeiro reconhecimento oficial do Hamas ao direito de existência do Estado judeu.
Mas, diante de uma situação como essa, política e acordos não importam tanto. Israel prende a respiração e aguarda notícias sobre o soldado seqüestrado, um menino de 19 anos que está nas mãos de terroristas. O país, que ainda se lembra do amargo de Ron Arad, espera não sentir esse gosto mais uma vez.
[BASTIDORES] No Blog do Bean tem uns comentários de bastidores sobre um dos dias em que transmiti para a RFI. Quando eu estive no Brasil, em janeiro, ele - que é meu flatmate - esteve no meu lugar como correspondente para a rádio francesa.
[MAIS] Canal especial sobre o seqüestro do soldado israelense Gilad Shalit no YNet News, aqui e sobre os ataques à Faixa de Gaza, em resposta, no Ha'aretz , aqui.
3 comentários:
Muito triste, e inconcebível!!!
Parece que isso nunca vai ter fim.
pode ser que seja pelo momento delicado,mas acho que eu perdi a esperança,nao consigo ver os dois estados convivendo lado a lado,em paz.
Seria maravilhoso,mas no momento é meio surreal,
É... :(
Amigo, vamos nos encontrar?
Gabriel,
Apesar de as noticias do oriente medio nem sempre serem as mais felizes, é muito bom ver como voce as retrata!
Estou orgulhoso de ser amigo do melhor jornalista brasileiro em Israel, um verdadeiro trooper!!
Nos vemos no Brasil, Argentina ou em Israel... em algum lado com certeza! Saudades...
Abracos,
Berland
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