Começou a valer o cessar-fogo da ONU. Nas palavras da imprensa local, estamos vivendo uma "tranqüilidade tensa". Aqui em Jerusalém, da mesma forma como não se sentia a guerra, não se sente o fim das hostilidades, a não ser nos comentários comuns em conversas com taxistas e na rua.
Uma coisa nesse momento me chama especialmente a atenção - a nova guerra de propaganda que está acontecendo desde a assinatura do cessar-fogo. Israel e o Hizballah abaixaram as armas mas não abriram mão das estratégias de propaganda.
Já cansamos de ver imagens de folhetos caindo sobre o Líbano, nos quais Israel culpa o Hizballah pelos danos causados às cidades, agora que a população está voltando ao sul do país. Nos folhetos aparece o líder do Hizballah, Hassan Nasrallah, e inscrições em árabe explicando que ele, com o seqüestro dos soldados, provocou a guerra.
Por outro lado, o Hizballah faz a sua propaganda, cantando vitória em uma guerra que não terminou com vitoriosos, mas foi interrompida por um cessar-fogo imposto pelas Nações Unidas com a resolução 1701. As ruas de Beirute estão cheias de pessoas distribuindo chá e doces em sinal de vitória do Hizballah.
Agora é assim. Os libaneses voltam para o sul, os israelenses voltam para o norte. As populações saem dos abrigos e a rotina deve lentamente voltar ao normal. Fica apenas a pergunta: que tipo de cessar-fogo é esse e quanto tempo ele vai durar?
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