sexta-feira, julho 14, 2006

Sinal de fumaça

A preocupação de quem apenas acompanha as notícias pela mídia é natural. Algumas pessoas me ligaram, muitas escreveram emails e a pergunta se repetiu: "como está a situação na real?" A verdade é que aqui em Jerusalém não sentimos diretamentos os efeitos dos conflitos no sul ou no norte.

Apesar de o país ser pequeno como um ovo, a capital fica distante o bastante das duas frentes de batalha para escapar de ataques e da sensação real de guerra que está assolando o país. São 60 quilômetros até a Faixa de Gaza e 200 até o norte.

Mas não tem como não sentir isso, de uma forma ou de outra. Nos próximos dias o irmão de um grande amigo meu vai ser deslocado para o norte. Ele está em Israel há dois anos, como eu, e está servindo no Exército. Milhares de reservistas foram chamados para ficar de prontidão.

Assino um serviço de notícias em tempo real pelo celular há cerca de 10 meses. Desde então, nunca vi em um só dia tantas mensagens. Recebi quase cem, com informações sobre novos ataques, dos dois lados. Assim soube da morte de uma mulher em Tzfat, outra em Naharia, dos ataques contra o aeroporto em Beirute etc etc etc.

Falei com uma moradora de Naharia, cidade fronteiriça, onde estive duas vezes - uma há quatro anos e outra no verão passado. A cidade é tranqüila e os edifícios são equipados com quartos de segurança protegidos por camadas de concreto, portas isoladas, janelas blindadas e guarnições estanques. Lá, ontem, se ouvia o disparo dos Katyusha. A polícia pediu para as pessoas se protegerem.

Pela primeira vez a cidade de Haifa, a terceira maior do país, foi atingida pelos mísseis disparados pelo Hizballah. Tentei mas não consegui falar com pessoas que moram lá. Amanhã tento de novo e deixo as sensações aqui.

[OUVINDO] Falei aqui no blog diretamente do norte de Israel. Para ouvir: Três mísseis em Naharya, No extremo norte, Disparos intensos, Narguila na guerra, Novos disparos.

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