sábado, julho 22, 2006

Cobertura de guerra

Bastou acontecer o seqüestro de dois soldados e Israel reagir: jornalistas de todo o mundo estão se amontoando na região para cobrir os eventos com a exclusividade que puderem, direto do front. É claro que o assunto é importante e é mais claro que vende.

Só a CNN, que na minha opinião está liderando a cobertura, tem um total de dezessete correspondentes espalhados por Israel, Líbano, Síria e Chipre.

Tenho acompanhado especialmente a CNN desde o início do conflito. Eles não demoraram em mandar muita gente boa para cá, além dos dois correspondentes que já estavam fixos. Até a correspondente Christiane Amanpour, que andava sumida, veio.

Cobertura de guerra tem um quê especial. Nem tive tão perto assim de tropas, embora tenha circulado pela região norte logo nos primeiros dias dos conflitos e conversado com muitos moradores. Mesmo assim, sendo jornalista, sinto que é importante estar aqui - é a velha máxima: estar no lugar certo, na hora certa.

O momento é delicado e o conflito entre Israel e o Hizballah pode durar semanas. Por isso, cancelei a viagem que estava marcada para terça-feira, para o Brasil. Fico pelo menos até o final de agosto e continuo correspondendo para a RFI, de Paris, e colaborando com a Eldorado AM, em São Paulo.

Acho importante explicar que o conflito está bastante longe de Jerusalém. Como comentei no AoE, nem se sente por aqui os efeitos do que está rolando no norte. Isso chega a incomodar - a população parece ainda apática e desinteressada embora muita gente esteja morrendo alguns quilômetros mais ao norte.

Outra faceta interessante da cobertura sobre o conflito são os blogs. Embora não tenham ainda a credibilidade dos grandes veículos, os blogs dão uma visão diferente e mais pessoal do que está acontecendo por aqui. Gosto de ler alguns blogs, feitos por internautas dos dois lados, para ter uma noção do que vai pela cabeça das pessoas.

[VEÍCULOS] Para acompanhar a cobertura do conflito, clique: CNN, YnetNews, Ha'aretz, Jerusalem Post, AlJazeera (inglês), Folha de S. Paulo (português) [outros? mande pra ]
[BLOGS] Para ler os depoimentos de pessoas vivendo e vendo o conflito de perto, clique: Blog do Bean, Terra Estranha (português, de Israel), Israeli Bunker (inglês, de Israel), Entre tapas e copas (português, do Líbano), The wizard of Beirut (inglês, do Líbano) [outros? mande pra ]
[AINDA A MÍDIA] Depois que Israel atacou antenas do canal de televisão Al-Manar, no Líbano, e a Federação Internacional de Jornalistas, à qual sou filiado, emitiu um comunicado de condenação, jornalistas israelenses retiraram a filiação da FIJ. Aqui. A Al-Manar é a televisão do Hizballah.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gabo! Achei interessante isso que voce escreveu sobre a populacao de Jerusalem estar apatica. Eh mais ou menos aquilo que a gente conversou outro dia sobre os ataques terroristas em Londres...aquele que nao conhece ninguem envolvido ate se sensibiliza mas continua inabalado, seguindo a vida normalmente. Loucura, ne?

Ana Néca disse...

Bom, de falta de informação é que não vamos sofrer!

Ótimo esse "guia de fontes"!

Beijos

Ana Néca disse...

Bom, de falta de informação é que não vamos sofrer!

Ótimo esse "guia de fontes"!

Beijos