Já se vão duas décadas e até o momento nenhuma notícia concreta sobre o paradeiro daquele jovem que deixou mulher e filha. Nem se está morto, nem onde está sendo mantido, se vivo. Uma recompensa de 10 milhões de dólares foi oferecida por informações que levem a ele. Nada.
Vinte anos depois, as manchetes estamparam nesta semana que um soldado foi seqüestrado. Outro, mais um, o primeiro em 12 anos. Ainda com o gosto amargo pela abdução de Arad, Israel resolveu atacar a Faixa de Gaza. Voltamos à bola de neve da violência no Oriente Médio.
A escalada de violência acontece em um momento que pode ser importante para a região: grupos representados de um lado pelo Hamas e de outro pela Fatah assinaram um documento que prevê o estabelecimento de um Estado palestino ao lado de Israel.
Embora seja visto com muito ceticismo em Israel, o acordo pode significar o primeiro reconhecimento oficial do Hamas ao direito de existência do Estado judeu.
Mas, diante de uma situação como essa, política e acordos não importam tanto. Israel prende a respiração e aguarda notícias sobre o soldado seqüestrado, um menino de 19 anos que está nas mãos de terroristas. O país, que ainda se lembra do amargo de Ron Arad, espera não sentir esse gosto mais uma vez.
[BASTIDORES] No Blog do Bean tem uns comentários de bastidores sobre um dos dias em que transmiti para a RFI. Quando eu estive no Brasil, em janeiro, ele - que é meu flatmate - esteve no meu lugar como correspondente para a rádio francesa.
[MAIS] Canal especial sobre o seqüestro do soldado israelense Gilad Shalit no YNet News, aqui e sobre os ataques à Faixa de Gaza, em resposta, no Ha'aretz , aqui.